Sermão da Montanha

 

 

Textos básicos: Mateus, 5-7, Lucas,6 - 17/49.

As Bem Aventurançass

(Mateus, 5)



1 E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;

 

2 E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:

 

3 Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;

 

4 Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;

 

5 Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;

 

6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;

 

7 Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;

 

8 Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;

 

9 Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;

 

10 Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;

 

11 Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.

 

 

 


 

As Bem Aventuranças fazem parte do 'conhecido' Sermão da Montanha, que pode ser lido no Evangelho de Mateus (Caps.5-7) e no Evangelho de Lucas, 6 - 17/49 (fragmentado ao longo do livro). Jesus Cristo profere lições de conduta e moral, ditando os princípios que orientam a verdadeira vida cristã, uma vida que conduz a humanidade ao Reino de Deus e que põe em prática a vontade de Deus, que leva à verdadeira libertação do homem.


Podem ser considerados como um resumo dos ensinamentos de Jesus a respeito do Reino de Deus, do acesso ao Reino e da transformação que esse Reino produz.


Além de importantes princípios ético-morais, pode-se notar grandes revelações, pois aquilo que muitas vezes é tido por ruim, por desagradável, diante de Deus é o que realmente vai levar muitos à verdadeira felicidade."…'Deus não vê como o homem vê, o homem vê a aparência, mas Deus sonda o coração" (I Samuel, 16 - 7).


No Sermão da Montanha o evangelista Mateus está a apresentar Jesus Cristo como o novo Moisés, daí o discurso ser proferido numa montanha (talvez, apenas uma colina), pois Moisés tinha recebido os 10 Mandamentos no monte Sinai. Entretanto, Jesus afirmou que não veio para abolir a Lei ou os Profetas, mas sim cumprir na sua íntegra (Mateus, 5 - 17).




Local: O Sermão da Montanha, foi realizado na área hoje denominada Monte das Bem-Aventuranças. Conhecido no passado como Monte Eremos, proximo a cidade de Cafarnaum e as margem do Mar da Galileia.


Cronologia: Em Mateus, Jesus dá o discurso numa fase inicial do seu ministério em que andava a reunir os seus discípulos, mas ainda não tinha escolhido os 12, o sermão de Lucas foi logo após esta escolha.


Ambos os evangelistas são cuidadosos a expor onde os sermões são dados; Mateus nos diz que Jesus vendo as multidões subiu a uma montanha: Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele.(Mateus 5:1)

Lucas nos diz que Jesus antes do discurso por sua vez desceu de um monte e dá o discurso num lugar plano: E Jesus, descendo com eles, parou num lugar plano, onde havia não só grande número de seus discípulos, mas também grande multidão do povo, de toda a Judeia e Jerusalém, e do litoral de Tiro e de Sidom, que tinham vindo para ouvi-lo e serem curados das suas doenças; (Lucas 6:17)



Comentário: Quem conhece os evangelhos sabe que o de Mateus tem como destinatários os judeus e apresenta Jesus como o seu Messias - o enviado divino de Deus, Lucas por sua vez apresenta Jesus como um Homem, embora divino, também carnal.


Assim e observando os dois sermões é notória a diferença entre ambos, a subida à montanha representa algo divino e espiritual, as montanhas são o lugar de encontro com Deus, lugar de oração, fazendo lembrar Moisés na sua subida ao Monte Sinai para receber a Lei do próprio Deus.


A planície por sua vez, simboliza o mundo, onde acontecem os dramas humanos, e onde Jesus tem que "descer" para anunciar sua mensagem. A descida à planície representa a descida de Deus ao reino do homem carnal, mostrando ao povo a sua humanidade.


Observando então ambos os discursos as diferenças são claras, um tem vertente mais espiritual, outro mais material, eles não se tornam contraditórios mas sim complementares.




 

 

 

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